Organização sindical é foco no 10º Congresso da CNM/CUT

A conjuntura do movimento sindical e os atuais desafios para a organização das entidades de representação dos trabalhadores foi o tema da primeira na mesa de debates que ocorreu nesta quinta-feira (23), no quarto dia do 10º Congresso Nacional dos Metalúrgicos da CUT, que acontece em Guarulhos.

 

O secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, fez uma reflexão sobre o lugar ocupado pelo movimento sindical diante da atual conjuntura no governo Bolsonaro. “O sistema financeiro internacional, as grandes empresas brasileiras e as forças armadas são quem dão sustentação para esse governo. Esse apoio não deve ser subestimado. Eles têm um projeto para acabar com a soberania do nosso país e transformá-lo no quintal dos Estados Unidos”, afirmou.

 

“Querem extinguir tudo que é público, privatizar o máximo possível e destruir o movimento sindical. Eles já avançam a passos largos nesse projeto. Enquanto estamos neste debate, estão trabalhando em seu pacote de privatizações”, prosseguiu.

 

Nobre apontou também que o empresariado brasileiro tem uma expectativa muito forte em relação às ações do governo para derrotar o movimento sindical e a organização da classe trabalhadora. “Há rumores de que estão para soltar uma medida para acabar com a unicidade sindical. Isso abre caminho para que o sindicato por empresa seja viável no Brasil. Não pensem que com isso os empresários vão abrir as portas para que possamos organizar os trabalhadores. Eles vão fazer da maneira deles.”

 

Durante o debate o dirigente esclareceu que o combate à reforma da Previdência é uma das principais batalhas do movimento sindical para enfrentar os desmontes do governo federal. “A Previdência está na mira. Isso é um desastre para a classe trabalhadora. Temos duas tarefas: fazer um grande 30 de maio, data convocada pelos estudantes, e a uma grandiosa Greve Geral no dia 14 de junho. São lutas que se complementam e de fundamental importância”, reforçou o secretário-geral da CUT.

 

O diretor também lembrou que de 7 a 10 de outubro acontecerá o 13º Congresso Nacional da CUT, no qual haverá um profundo debate sobre a organização da Central.  “Teremos que tomar decisões que mudarão o rumo para os próximos 30 anos. Tudo que fizemos nos trouxe até aqui, mas precisamos pensar como resistir. Não podemos deixar de falar das crises que nossos sindicatos vêm passando. Estamos sendo asfixiados financeiramente e com ataques que dificultam a organização nas empresas. Não há solução mágica, mas precisamos escolher um caminho para construir”, ressaltou.

 

A presidenta do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás, Maria Euzébia de Lima, a Bia, observou a necessidade de o movimento sindical retornar para as bases para intensificar a lutar contra a retirada de direitos dos trabalhadores. “A tarefa para todos é sair deste Congresso com os encaminhamentos apontados pela nossa Central e pensar como faremos para aglutinar a companheirada e apontar os caminhos. Porque é isso que nossas categorias esperam dos seus lideres: saídas desse cenário devastador.”

 

Bia ainda reafirmou a importância da participação de todas as entidades nas agendas do próximo dia 30 de maio e 14 de junho. “Não dá para permitir que este governo desmantele o que levamos anos construindo. Muitos companheiros fizeram do objetivo de suas vidas unir a classe trabalhadora com instrumentos como os sindicatos, a CNM e a CUT. Não podemos deixar nosso povo submisso”, finalizou.

 

(Fonte: Thamara Marinho)

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