Representantes de cinco centrais sindicais, após reunião em Brasília, com o relator da reforma da Previdência, o deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), alertaram o Congresso Nacional que, se a proposta de reforma da Previdência continuar tramitando, o Brasil vai parar. Eles confirmaram a organização de uma greve geral em 14 de junho e a adesão a uma nova edição do “tsunami da educação”, no próximo dia 30, em apoio ao movimento estudantil em defesa da educação pública de qualidade e contra os cortes orçamentários de instituições federais de ensino pelo governo. “Vamos à maior greve geral da história do Brasil, no dia 14, contrária a reforma da previdência”, acrescentou o secretário de Assuntos Jurídicos da CUT, Valeir Ertle.
Os representantes disseram que compreendem a necessidade do país de modernizar a previdência, adequando as regras de aposentadoria a uma nova realidade econômica e social. Entretanto, não é esta a proposta encaminhada pelo governo que deve ser discutida. “Nós colocamos à disposição o seguinte: tem que parar essa reforma e fazer um amplo debate com a sociedade para discutir uma reforma verdadeira. A CUT defende uma previdência pública e universal, onde todos estão dentro dessa previdência, de juízes a militares”, afirmou Valeir.
O deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (SD-SP), presidente licenciado da Força Sindical, disse que o relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019 reconheceu a dificuldade em aprovar pelo menos quatro pontos da reforma, além de não compreender algumas regras elaboradas pela equipe econômica do governo.
“Ele não consegue aprovar o Benefício de Prestação Continuada (BPC), as novas regras para professores e trabalhadores rurais, nem a capitalização. Ele ainda reconhece que ninguém entende a transição. São 20 páginas sobre transição e parece que as pessoas não vão se aposentar nunca mais“, disse Paulinho ao repórter Uélson Kalinovski, da TVT.
Ainda de acordo com representantes das centrais, mesmo que governo e Congresso cheguem a um acordo e retirem esses quatro pontos da reforma, os trabalhadores continuarão trabalhando nas ruas para impedir a aprovação da PEC.
Fonte: RBA