O governo Bolsonaro quer retirar da Constituição a obrigatoriedade do valor do salário mínimo ser corrigido pela variação da inflação. A medida não contribui com a retomada da economia, além de provocar aumento da desigualdade social.
Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, se essa decisão for realmente tomada, “vamos descer ladeira abaixo da crise e da recessão, gerando mais desemprego e fome”.
“Quando falo de fome estou falando dos milhões de pessoas que trabalham por um salário mínimo e daqueles que estão na Previdência Social e não terão mais o suficiente para sustentar suas famílias”, afirmou.
Levantamento do Dieese mostra que 48 milhões de pessoas recebem um salário mínimo, sendo 23 milhões aposentados e pensionistas do INSS, 12 milhões de empregados, 8,5 milhões de trabalhadores por conta própria e 3,7 milhões de empregados domésticos.
“Esse desgoverno só pensa em prejudicar os trabalhadores e destruir nossas conquistas, por menores que sejam, mesmo que as medidas tomadas prejudiquem a economia como um todo”, explicou.
A proposta de Valorização do Salário Mínimo, implantada em 2004 pelo ex-presidente Lula, levava em conta o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes mais a inflação do ano anterior, medida pelo INPC.
O congelamento do Salário Mínimo, medida de autoria do deputado Pedro Paulo (DEM/RJ), deverá ser incluída na Proposta de Emenda à Constituição, que altera regras fiscais, que está na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
Fonte: SMABC