Na primeira reunião para entrega de pauta da Campanha Salarial 2018, após a entrada em vigor da reforma Trabalhista, os representantes da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, FEM-CUT, receberam uma contra pauta da bancada patronal. O encontro foi realizado na sede do Sindipeças, em São Paulo.
“A reforma permite que eles entreguem a proposta de uma nova Convenção Coletiva de Trabalho, que traz retirada de direitos. O ambiente de negociação foi totalmente modificado, os empresários sentem-se à vontade para reivindicar, achando que o cenário atual é o melhor dos mundos”, avaliou o presidente da Federação, Luiz Carlos da Silva Dias, Luizão.
“A imagem que assistimos aqui é muito pesada. Antigamente entregávamos a pauta e eles avaliavam o que era possível avançar. Hoje eles condicionam a negociação a uma pauta que é deles. É um ambiente muito difícil”, completou.
Durante a reunião, os representantes da bancada patronal comemoraram a prevalência do negociado sobre o legislado, conforme determina a reforma Trabalhista.
“Para que o negociado sobre o legislado aconteça é necessário que ambas as partes tenham disposição em negociar. Nós já demonstramos interesse fazendo esforço para chegar a um entendimento. Esperamos que este ano seja diferente do que foi nos anteriores”, destacou o presidente, lembrando que o G3 não assinou a CCT nos últimos três anos, e os acordos foram fechados por empresas.
A bancada dos trabalhadores também lembrou que as discussões sobre as cláusulas sociais foram adiantadas este ano, com início em março. “Houve todo um esforço da nossa parte, mas passou muito tempo e avançamos pouco, agora é necessário recuperar esse tempo”, reforçou Luizão.
As outras bancadas patronais receberam a pauta na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, a Fiesp, na capital. Entre elas o G10 que fechou o último acordo em 2015.
O tema da Campanha Salarial este ano é um chamado a toda categoria: ‘Se você acha que o Sindicato pode fazer mais, faça com a gente’.
Os eixos são: Convenção Coletiva é direito, Participação é democracia, Salário é emprego e Reposição integral da inflação e aumento real.
Fonte: SMABC/Foto: Adonis Guerra